Adjudicação Compulsória - Blog - Advogado em Osasco

O que é Adjudicação Compulsória

Adjudicação Compulsória: Tudo o que você Precisa Saber

A adjudicação compulsória é um importante instituto do direito imobiliário brasileiro, essencial para garantir a propriedade de imóveis em determinadas circunstâncias. Neste artigo, vamos explorar o que é a adjudicação compulsória, sua fundamentação legal, os tipos existentes, prazos, procedimentos, e como proceder para realizar este processo.

O que é Adjudicação Compulsória?

Adjudicação compulsória é um procedimento judicial que permite a transferência de propriedade de um imóvel, mesmo contra a vontade do proprietário atual, desde que estejam cumpridas todas as condições legais para essa transferência. Esse instituto é geralmente utilizado em situações onde o comprador de um imóvel já pagou integralmente o preço acordado, mas não conseguiu a escritura definitiva de venda e compra, devido à recusa ou impossibilidade do vendedor em outorgá-la.

Fundamentação Legal da Adjudicação Compulsória

Tipos de Adjudicação Compulsória

Existem dois tipos principais de adjudicação compulsória no direito brasileiro:

  1. Adjudicação Compulsória Judicial: Requer a propositura de uma ação judicial para que o juiz determine a transferência de propriedade do imóvel. Este é o tipo mais comum e envolve um processo formal no judiciário.
  2. Adjudicação Compulsória Extrajudicial: Introduzida pela Lei nº 13.465/2017, permite que a adjudicação seja feita diretamente no cartório de registro de imóveis, sem a necessidade de ação judicial, desde que cumpridos certos requisitos.

Prazos

Os prazos para ajuizar a ação de adjudicação compulsória variam conforme o caso específico. Geralmente, não há um prazo específico fixado por lei, mas o direito de ação pode prescrever, dependendo das circunstâncias e do tipo de contrato envolvido. Em contratos de promessa de compra e venda, é importante observar o prazo prescricional de dez anos para demandas pessoais, conforme o Código Civil.

Requisitos da Adjudicação Compulsória

Para que a adjudicação compulsória seja concedida, é necessário cumprir uma série de requisitos legais. O primeiro requisito é a existência de um contrato de promessa de compra e venda, devidamente assinado pelas partes envolvidas. Esse contrato deve conter todas as condições acordadas, incluindo o preço e a forma de pagamento.

Outro requisito importante é a comprovação do pagamento integral do valor acordado. O comprador deve apresentar todos os comprovantes de pagamento, demonstrando que cumpriu sua parte no contrato. Sem essa comprovação, a adjudicação compulsória não pode ser solicitada.

Além disso, é essencial que o imóvel objeto do contrato esteja devidamente registrado no cartório de registro de imóveis competente. A ausência desse registro pode inviabilizar o processo de adjudicação compulsória. O registro garante a publicidade e a segurança jurídica da transação.

Por fim, é necessário que o comprador tenha solicitado, extrajudicialmente, a outorga da escritura definitiva ao vendedor. Essa solicitação deve ser comprovada por meio de notificação formal. Caso o vendedor se recuse ou esteja impossibilitado de outorgar a escritura, o comprador poderá recorrer à via judicial para obter a adjudicação compulsória.

Procedimentos

Procedimento Judicial

  1. Reunião de Documentação: O comprador deve reunir todos os documentos que comprovem o pagamento integral do imóvel e a celebração do contrato de promessa de compra e venda. Entre os documentos essenciais estão: contrato de compra e venda, comprovantes de pagamento, certidões de ônus e ações, e eventuais notificações extrajudiciais ao vendedor.
  2. Propositura da Ação: Com a documentação em mãos, o comprador deve ingressar com uma ação de adjudicação compulsória no foro competente, que geralmente é o da situação do imóvel.
  3. Citação do Vendedor: O vendedor será citado para apresentar sua defesa no prazo legal.
  4. Audiência e Provas: O juiz poderá marcar audiências para ouvir as partes e testemunhas, além de solicitar perícias, se necessário.
  5. Sentença: Após a análise de todas as provas, o juiz proferirá sentença, podendo determinar a adjudicação compulsória do imóvel ao comprador.
  6. Registro da Sentença: Com a sentença favorável, o comprador deve levar a decisão judicial ao cartório de registro de imóveis para que a propriedade seja transferida em seu nome.

Procedimento Extrajudicial

  1. Reunião de Documentação: Semelhante ao procedimento judicial, é necessário reunir toda a documentação comprobatória.
  2. Notificação Extrajudicial: O comprador deve notificar o vendedor extrajudicialmente, solicitando a outorga da escritura definitiva. Essa notificação pode ser feita por meio de cartório de títulos e documentos.
  3. Apresentação ao Cartório de Registro de Imóveis: Caso o vendedor não cumpra a notificação, o comprador pode se dirigir ao cartório de registro de imóveis, apresentando a documentação e a prova da notificação.
  4. Procedimento Cartorário: O cartório analisará a documentação e, se tudo estiver conforme, realizará a adjudicação compulsória, registrando o imóvel em nome do comprador.

Como Fazer

Para realizar a adjudicação compulsória, siga estas etapas:

  1. Consultoria Jurídica: Procure um advogado especialista em direito imobiliário para orientar e representar você durante o processo.
  2. Documentação: Reúna todos os documentos necessários, conforme mencionado anteriormente.
  3. Notificação Extrajudicial: Envie uma notificação extrajudicial ao vendedor, solicitando a outorga da escritura.
  4. Ação Judicial ou Procedimento Extrajudicial: Decida, com a orientação do seu advogado, se seguirá o caminho judicial ou extrajudicial.
  5. Cumprimento das Formalidades: Siga todos os passos conforme o procedimento escolhido, apresentando os documentos necessários e cumprindo os prazos legais.
  6. Registro do Imóvel: Após obter a sentença judicial ou a decisão cartorária, leve ao cartório de registro de imóveis para a transferência da propriedade.

Conclusão

A adjudicação compulsória é uma ferramenta poderosa para assegurar o direito de propriedade, especialmente quando o vendedor se recusa ou está impossibilitado de outorgar a escritura definitiva. Com a devida orientação jurídica e seguindo os procedimentos legais, é possível obter a transferência da propriedade de forma eficaz e segura. Esteja atento aos prazos e à documentação necessária para evitar complicações e garantir que seus direitos sejam plenamente exercidos.

Se você tiver mais dúvidas ou precisar de assistência específica, consulte um advogado especializado em direito imobiliário.